O regresso às origens no começo da primavera na magistratura
O regresso às origens no começo da primavera na magistratura
De olhos fechados
Perdemos a conta do tempo
Perdemos a conta dos dias sem tempo
Ou perdemos o tempo nos dias?
De olhos fechados
Da (Im)permanência
Abrem-se portas, fecham-se outras tantas…
Entram e saem pessoas num corrupio assombrado…
À procura de respostas…
Exigindo soluções…
Os nossos filhos
“Os vossos filhos não são vossos. Pertencem à vida.
Vêm por vosso meio, mas não de vós, e apesar de estarem convosco não vos pertencem.
O juiz acaba de entrar. Na sala abate-se um silêncio pesado. O réu perfila-se à frente, magro, roupa puída, cabeça baixa. Sexagenário já, rugas profundas mapeiam o seu rosto afilado e seco.
Pelas serras de São João da Pesqueira serpenteia o encanto por entre as folhas pintadas de cores laranja, vermelho, verde, num contraste estonteante com a leveza do azul claro do céu e o amarelo intenso do Sol, a cobrir o vasto manto de vinhas...